As variáveis em uma compra sempre são muitas, mas com tecidos ela parece ainda maior. Por isso, eu bolei esse guia de compras para vocês entenderem o mundo têxtil e conhecerem seus tecidos direitinho, para então saber escolher quais tipos de tecido são melhores para o seu espaço.

Tudo começa nas fibras

Para que um tecido se forme, precisamos de fios, e para fazer um fio, precisamos de fibras!

A fibra é o princípio da criação têxtil e ela é importantíssima, pois suas características serão responsáveis por conferir uma série de características aos tecidos.

As fibras podem ser naturais, artificiais ou sintéticas.

Características das fibras

Cada fibra tem um conjunto de características que será transmitido aos tecidos, por isso, é importante conhecer as fibras em seus tecidos:

Todas essas características são as que vocês encontram em tecidos por aí. Às vezes elas também serão misturadas para combinar suas propriedades e criar tecidos cada vez melhores.

Dica especial: Enquanto as fibras naturais são mais sensíveis e não podem ir na máquina de lavar, as químicas podem. Então se quiser usar a máquina procure tecidos químicos ou ao menos misturados.

Fiação

Existem vários procedimentos para que se criem fios. A primeira classificação que devemos conhecer é entre os dois tipos principais de fios: O fio fiado e o filamento.

Dentro dos fios fiados podemos encontrar:

Dentro dos filamentos nós temos alguns tipos também, dentre eles:

Ainda, há fios compostos por várias fibras, como o fio almado, por exemplo, em que há uma fibra no centro e outra ao redor.

Tecelagem

Exitem dois tipos de tecidos: O tecido plano e a malha. O tecido plano é formado pelo entrelaçamento de dois fios nos sentidos de comprimento e largura e por isso é mais estruturado, enquanto a malha é formada pelo entrelaçamento de um fio único ou vários fios, mas não tem o cruzamento. Ela é mais maleável e molinha.

O tecido plano é usado para quase todas as finalidades decorativas, por isso, a partir daqui vamos tratar só dele.

Tecidos mais comuns

Dentro do tecido plano encontramos uma série de nomes que nos são muito conhecidos, a começar por uma classificação básica em três tipos: tela, sarja e cetim.

Com o tecido plano podemos criar padronagens como o listrado, o xadrez ou o chevron, por exemplo, que são feitas usando do chamado fio tinto, que nada mais é do que um fio já tingido. Com isso vamos produzir uma série de tecidos que também conhecemos o nome, como a risca de giz, o tweed, o pied de poulle, o tartan e o chevron ou herringbone.

Quantos fios tem seu lençol?

Uma dúvida comum quando falamos de tecidos na decoração é a contagem de fios em um lençol. Isso porque quanto maior a quantidade de fios, maior é a maciez e conforto do seu lençol, mas maior é o preço também.

Esse número é obtido a partir da contagem de fios dentro de uma polegada (2,54cm), no sentido do comprimento e da largura. Dito isso, precisamos fazer algumas considerações:

Hoje em dia, os fios químicos podem ser microscópicos, mas geralmente nossos lençóis não são feitos desses fios, mas de fibras naturais ou fibras misturadas. Enfim, os fios não são tão finos em nossos lençóis. Por isso, precisamos nos lembrar que essa quantidade de fios precisa obedecer leis básicas da física (dois corpos não podem ocupar o mesmo lugar no espaço, sabe?).

Em geral, bons lençóis terão 600 fios, e podem até ter mil fios, mas mais do que isso é impossível fazer caber no espaço. Por isso, não se deixe enganar por eventuais propagandas por aí.

Beneficiamentos

Depois que todos os fios viraram um tecido, nós podemos modificá-los através de beneficiamentos.

Os primeiros que consideramos são os tingimentos e estampas, que são os mais visíveis, mas há alguns menos visíveis e conhecidos que são muito importantes para que escolhamos os tecidos corretamente.

O primeiro deles é o tecido sanforizado, ou pré-encolhido. Esse beneficiamento faz com que seu tecido não encolha mais, pois já foi encolhido “de fábrica”, e é a maior recomendação que eu posso lhe dar! Caso seu tecido não seja sanforizado, lembre-se de, antes de qualquer coisa, lavar seu tecido umas duas vezes só para garantir que não vai ter nenhuma desilusão depois.

Outro beneficiamento que se vê muito por aí é a peletização, um processo que faz com que seu tecido fique mais macio e confortável. Vale lembrar que, ao contrário do que falam por aí, a peletização não impermeabiliza seu tecido, o que nos leva ao último item.

Impermeável x Resistente à água

Essa diferença é muito importante para você saber qual o tipo de tratamento que deve dar ao seu tecido.

Enquanto o tecido impermeável não permite a passagem da água, o tecido resistente à água tem uma absorção retardada, que faz com que você consiga limpar as gotículas do líquido antes que ele entre no tecido.

Assim, tecidos resistentes à agua podem tolerar um sereno leve, mas não é recomendável. Para conservar esse tipo de tecido, o ideal é que você retire-o de áreas abertas quando não estiver usando, mas ele é ótimo para toalhas de mesa, estofados em varandas ou locais em que se come e bebe. Ainda, mesmo os tecidos impermeáveis podem ter áreas permeáveis, como zíperes ou mesmo os buraquinhos por onde passa a linha, e por isso também não devemos deixar nossos impermeáveis sob temporais.

Agora que você já sabe tudo sobre os tipos de tecidos, não tem mais erro na hora das compras, mas se você tiver uma dúvida pode sempre me chamar que será um prazer ajudar!

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